Capítulo dedicado à Mah, que tá fazendo aniversário hoje. Parabéns lindona, tudo de bom na sua vida!!
Mariele AndradeE outra vez eu me entreguei ao Luan, outra vez deixei que ele me tocasse, que ele me desse o prazer que ele sabia dar como ninguém. É lógico que minha cabeça ainda brigava comigo mesma, já que a minutos atrás eu estava com vontade de matá-lo. Mas quem pode me culpar? Foi mais forte do que eu e sei lá, eu creio que precisava dele. Talvez tenha passado um pouco dos limites, ele não tem obrigação de ficar em cima de mim o tempo todo e ele tem a vida dele pra cuidar mas... eu não consigo mais. Eu simplesmente não consigo ficar longe.
-O que você está pensando? - ele perguntou se virando para me encarar, apoiando sua cabeça na mão esquerda.
-Nada - neguei suspirando, e ele não se convenceu.
-Ainda está com muita raiva?
-Estou só me sentindo estúpida.
-Ei..- tentou passar a mão no meu rosto mas eu a segurei no meio do caminho.
-Escuta... eu só... senti sua falta.
-Eu sei, e eu também senti a sua, muita!
-Eu preciso de você para passar por isso. - confessei.
-Eu estou aqui, vou te ajudar.
-E.. o que isso significa? Quero dizer... isso que a gente acabou de fazer? - perguntei envergonhada, me referindo ao sexo.
-Eu não sei.. diz você. O que significa? - ele riu de lado e eu coloquei o cabelo atrás da orelha.
-Estamos juntos?
-Eu não sei, diz você - ele riu repetindo sua frase e eu mordi os lábios, nervosa com a situação - Ai não, agora você pegou no meu ponto fraco - riu vindo pra cima de mim, tomando meus lábios num beijo.
Ficamos nos curtindo por alguns instantes, sem a pressão de compromisso, de tempo, de razão.. Nada mais.
Um pouco mais tarde Luan perguntou se eu queria ir ao show e eu disse que achava melhor não. Então, gentilmente, ele se ofereceu para me deixar em casa, e a princípio eu não aceitei, mas ele insistiu, insistiu, insistiu mais um pouco e eu acabei concordando. Antes de sairmos do quarto ainda nos beijamos mais uma vez e só depois fomos pra van, que me deixaria em casa.
Durante o caminho até a casa do meu pai, Luan me tratava como uma princesa, segurava minha mão e fazia carinho, sem contar as vezes que ele beijava minha testa, após me olhar e sorrir, com aquele sorriso de desmontar qualquer coração.
-Está entregue - ele falou quando a van parou na porta da casa, seguindo minha orientação.
-Você está com pressa? - perguntei me virando mais pra ele, que olhou as horas no celular.
-Ainda tenho um tempinho.
-Então vamos entrar um pouco?
-Seu pai não vai achar ruim?
-É claro que não.
-Então vamos, deixa eu te ajudar - ele favou se levantando, segurando minhas duas mãos, me ajudando a andar devagar, mas logo me entregou o andador, respeitando minha auto-suficiência, a que eu tanto lutava pra ter.
Apertei o interfone e logo o portão foi aberto, até chamei o motorista da van para entrar, mas ele falou que esperaria. Fui andando devagar até a casa e fui surpreendida pela minha irmã que veio correndo em minha direção, abraçando minhas pernas.
-Que bom que você chegou - ela falou sorrindo,
-Eu tava com saudade de você pequena, não vai cumprimentar o Luan?
-Oi Luan - ela olhou pra ele sorrindo e ele pegou em sua bochecha.
-Oi linda.
-Você não tá mais andando naquele "carrinho".. - ela olhou pra mim outra vez.
-Pois é, isso não é bom?
-É ótimo. - ela sorriu, - Mesmo eu achando divertido andar com você nele - confessou inocente e eu achei engraçado.
-Mas agora podemos brincar bastante viu?! Vamos entrar?
-Vamos.
Ela voltou correndo para dentro enquanto eu fui devagar atrás com Luan. Paramos perto da porta e eu ouvi barulhos do lado de dentro, pelo visto tinha visitas ali, e visitas que riam alto. Entrei na frente e me surpreendi ao vê-lo ali, sentado no sofá da sala, bem ao lado do meu pai.
-Douglas?
-Ah.. oi - ele levantou do sofá todo sem graça e me encarou.
-O que você está fazendo aqui? - perguntei dando mais alguns passos, enquanto ele me encarava de um jeito diferente, um jeito que me dava raiva.. Ele estava com pena de mim?
-Eu acho que precisamos conversar.
-Eu acho que não, eu acho que está tudo bem claro.
-Filha... escuta o que ele tem a dizer - meu pai se intrometeu e eu o encarei.
-Eu não quero mais ouvir, pai. Eu acho que eu já ouvi demais. - falei voltando a encarar Douglas, que estava visivelmente sem graça.
-Por favor, eu prometo ser rápido - implorou chegando mais perto e então eu encarei Luan, que estava atrás de mim o tempo todo, sem falar nada.
-Eu.. já vou indo - Luan falou sem graça.
-Não, espera aqui, eu já volto - falei indo em direção a área de lazer da casa, e Douglas me seguiu.
Sentei no sofá que tinha ali e cruzei os braços, pronta pra escutar tudo que ele tinha a me dizer.
-Pode começar - falei fechando a cara e ele se sentou do meu lado.
-Me desculpa... por favor, me desculpa. Eu não queria te magoar, eu não queria que nada disso tivesse acontecido. Eu cometi um erro absurdo, eu fiz a coisa errada. Eu não podia ter te deixado, eu tinha que lutar pra fazer nosso amor renascer de novo e...
-Não Douglas, pode ir parando. Não quero ouvir isso, não quero suas desculpas...- suspirei - Por que você veio aqui? - neguei mexendo no meu cabelo nervosa.
-Você tá com ele de novo né? Você tá com Luan?
-Isso não é mais da sua conta..
-Olha Mari.. eu entendo sua decepção. Mas a gente foi feliz, você sabe que sim... Eu também sei que ainda me ama, é impossível que tenha me esquecido. Por favor, me perdoa... Eu estou olhando umas casas aqui em Ribeirão.. vamos começar do zero, vamos recomeçar num outro lugar.
-Não.. eu não quero. Eu não quero recomeçar. Não com você. Por favor.. não me procura mais. Aliás... deixa que eu te procuro, quando estiver com os papéis do divórcio.
-Mari...
-Não Douglas, eu não quero nem saber porque você mudou de ideia, mas agora é tarde.
-Então é isso?
-Sim, é isso.
-Você que sabe - ele levantou e suspirou - Fica bem.
-Vou ficar. - falei com convicção e fiquei o olhando sair, sentindo algo muito estranho no peito, junto a uma enorme vontade de chorar. Dessa vez não Mariele, você não vai derramar mais nenhuma lágrima por quem não merece.
Fiquei ali sozinha respirando fundo, pensando em cada palavra que tinha ouvido. Queria poder entender o que eu estava sentindo, se era raiva, tristeza ou não sei.. incerteza... Abaixei a cabeça e continuei respirando, até sentir umas mãos em minhas costas.
-Tá tudo bem? - ouvi a voz angelical do Luan e levantei a cabeça, assentindo - Douglas saiu meio sem graça.. vocês brigaram?
-Só acertamos tudo - falei mexendo no cabelo e Luan então sentou do meu lado.
-Acertaram o quê? Vocês... - me encarou sem terminar sua frase.
-Ele queria que eu desse outra chance, você acredita? - ri com ironia.
-E você deu?
-Não - falei respirando mais rápido, sentindo as lágrimas começarem a querer sair - Eu não dei, Luan. - comecei a chorar e ele me encarou sem saber o que fazer - Eu não dei - continuei chorando perdida e ele então me puxou pra um abraço, aonde me acolheu como se eu fosse uma criança.
-Não fica assim... vai passar.
-Não - falei soluçando - Não é isso - continuei chorando..
-Então me fala.
-Eu não sei o que estou sentindo, Luan.. eu não sei - chorava mais enquanto ele ainda me abraçava.
-Olha aqui pra mim- segurou meu ombro e me afastou - Respira... só.. respira - falou me encarando e então fiz como ele pediu, enquanto as lágrimas ainda rolavam - Isso, respira - insistiu e eu fiz, me acalmando aos poucos - Muito bem - falou limpando minhas lágrimas com o dedo, enquanto me encarava.
-Me desculpa por isso.
-Não, imagina... - ele falou agora passando a mão no meu cabelo. - Você... ainda gosta dele né? - perguntou e eu o encarei, sem saber o que falar.
-Eu.. não sei - falei com sinceridade e ele ficou calado - Eu só sei que acabou. Eu quero seguir minha vida, quero voltar a trabalhar, e eu mesma vou fazer meu divórcio. - falei respirando, me controlando para não começar a chorar de novo.
-Tem certeza?
-Tenho.- falei voltando a o abraçar, e ele ficou ali comigo o resto da tarde, me afagando em seus braços, com um carinho que eu jamais me esqueceria.
"Entendo que você não me ama como ama ele, mas sei que também odeia ficar sem mim. E eu odeio ficar sem você.. Talvez um dia esse nosso ciclo acabe, e você só tenho olhos pra mim, como eu só tenho olhos pra você."
Notas da Autora:
Capítulo pequeno só pra não deixar vocês na mão, aproveito até para esclarecer que ando sumida por bloqueio mesmo, mas vai passar e eu já tive até algumas ideias. Obrigada pela paciência que tiveram comigo, espero que não a façam esperar mais.. Sobre o capítulo.. talvez tenha ficado confuso,mas vamos esclarecer.. Mari se apegou ao Luan, principalmente por ele ter feito muito por ela quando ela estava mais precisando, mas ela foi casada com o Douglas, e é claro que ela não vai esquecer ninguém de uma hora pra outra. Porém.. ao mesmo tempo.. ela também não consegue mais ficar longe do Luan. Enfim, espero que estejam entendendo. Beijos. Se cuidem.
PS: Tudo tem um porquê.
PS: Tudo tem um porquê.
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