Dedico esse capítulo a minha guria (Eliege) do Rio Grande do Sul. Baaah, muitas felicidades pequena. Beijos! Feliz Aniversário de novo haha
Estava no meu quarto, prestes a cair num sono profundo, quando comecei a ouvir um burburinho no corredor do hotel. Ótima hora pra isso, pensei revoltado e virei pro lado, tentando não me incomodar. Me concentrei no que as pessoas falavam, e mesmo não sabendo muito o inglês entendi que o cara queria que a menina entrasse e ela parecia não querer. Levantei da cama e fui até mais próximo da porta, abrindo uma fresta pequena, vendo que isso acontecida exatamente no quarto que estava em frente ao meu.
-ENTRA LOGO - ouvi o cara gritar e apesar de não ter entendido por ele ter falado muito rápido me assustei e abri mais a porta, vendo que Mariele estava ali. Pra minha maior surpresa.
-Mariele? Está acontecendo alguma coisa aqui?- perguntei encarando os dois e pelo olhar dela, não tinha nada normal ali.
O cara outra vez falou algo pra ela que eu não entendi. Ela então me olhou com cara de que ia chorar, pedindo que eu a ajudasse. Mandei o homem a soltar e ele ainda relutou, mas logo deixou-a livre, e eu a puxei pro meu quarto.
Fechei a porta e tranquei, encarando Mariele que respirava rápido, sem me encarar muito. Por algum motivo, talvez sobrenatural, a gente sempre era ligado, de uma forma ou de outra. Parece que tudo conspirava pra nos ver frente a frente de novo. Ou sei lá, pra nos ver.. juntos?
-Eu... só vou esperar uns minutos e vou embora - ela falou arrumando o cabelo nervosa.
-Pode ficar o quanto quiser, quando você for, eu te deixo lá em baixo..
-Não vai ser preciso - ela olhou o quarto em volta.
-Quer sentar? - perguntei e ela negou, cruzando os braços - Você nunca vai me perdoar né? - me sentei, a encarando.
-Já perdoei.- ajeitou a bolsa no ombro.
-Me desculpa - pedi de novo - Me desculpa por magoar seu coração.
-Não importa - suspirou - isso não importa mais. - me encarou e eu suspirei, não tinha mais o que dizer. Ela tinha todo direito de ficar chateada.
-Posso perguntar o que aconteceu?
-Ele é cliente do meu escritório, trouxe um processo pra ele ver mais cedo, e agora ele fez questão que eu voltasse pra pegá-lo.
-Você é muito boba, Mari..
-É, eu sei - me encarou séria e eu me arrependi do que disse.
-Quero dizer... você não devia vir sozinha, ele com certeza te comeu com os olhos mais cedo.
-Sim, eu entendi o que quis dizer, e sou boba em outras coisas também, você sabe! - disse grossa e eu outra vez fiquei sem graça.
-Então você esteve aqui mais cedo? - perguntei me sentando mais no meio da cama, encostando minhas costas na cabeceira.
-Estive. - apoiou o peso do corpo na perna esquerda, ainda me encarando.
-Hum - disse me lembrando da menina que vi saindo do elevador.. Será que era ela?
-Bom, acho que já posso ir né?
-Não, espera mais um pouco. - suspirei - Vem, senta aqui. Não vou te morder - ri passando a mão no meu cabelo e ela revirou os olhos.
-Não estou afim..
-Você que sabe - dei de ombros. - Quem diria não é? Te ver aqui em Londres.. Te salvar - ri - Meio nada a ver não acha?
-Acho, mais louco ainda é ver você cantando no metrô.
-Parece que o destino quer ver a gente junto - ri a encarando.
-Não acredito em destino - ela disse nervosa e eu ri.
-Sabe, você bravinha assim é ainda mais linda - peguei meu celular e ela negou rindo, ainda mais brava. Destravei meu celular e tirei uma foto sua. O flash e o barulho da câmera entregou o que eu tinha feito.
-VOCÊ TÁ LOUCO ? - Ela se irritou vindo mais pra perto da cama - APAGA LUAN! - brigou e eu neguei, tirando outra foto dela - Para, que saco - tentou pegar o celular da minha mão, mas eu levantei, escondendo o celular dela. - Não estou vendo graça, apaga isso agora - veio com tudo pra cima de mim e tentou pegar o celular que estava atrás de mim.
Inevitavelmente ficamos bem perto um do outro, e nossas bocas mais próximas ainda. Encarei seus lábios e depois voltei a olhar seus olhos. Ela então se afastou sem graça e voltou a cruzar os braços.
-Apaga? Por favor? - pediu manhosa e eu lhe entreguei o celular, pra que ela mesma apagasse.
-Eu não ia postar, só ia ficar olhando - falei enquanto ela apagava as duas fotos.
-Meu instagram tá cheio de fotos minhas pra você olhar - falou me devolvendo o meu celular e voltou a cruzar os braços.
A encarei rindo, louco de vontade de ter ela em meus braços de novo. Foi pensando nisso, sem explicação nenhuma, que eu dei um jeito de sentir seus lábios nos meus de novo.
-Nossa, olha - apontei pra janela e ela virou assustada. Nesse meio tempo me aproximei dela e quando ela virou, mal teve tempo pra se esquivar, deixando então um beijo roubado acontecer.
O beijo durou por um período curto de tempo, e logo ela me empurrou com força, abrindo a porta do quarto e saindo as pressas dali.
-Espera, eu te levo - gritei indo atrás dela, mas ela já tinha entrado no elevador, e a única coisa que fiz, foi olhar pra trás, pra ver se o aquele velho tarado estava por ali.
Mariele Andrade
Entrei no elevador e tudo que eu mais queria era sair correndo dali, não acredito que tinha deixado aquele beijo acontecer. Fraca! Burra! Ingênua! Você não aprende nunca, né Mariele?
Sai as pressas do hotel e nem me preocupei em pedir um táxi, fui pra estação de metrô mais perto, queria sair dali, precisava sair dali.
Minha cabeça fervilhava, agora mais do que antes. Meu coração então, estava apertado e eu não sabia se tinha gostado do que aconteceu. Na realidade, eu sabia que aquilo não podia ter acontecido, mas de certa forma não conseguia achar ruim. Ri negando e entrei no metrô, queria chegar logo no meu quarto, e fazer qualquer coisa que me fizesse esquecê-lo de uma vez por todas. Será que isso seria possível?
...
Os dias foram passando, e eu já tinha comunicado ao meu chefe o que tinha acontecido no hotel. o que fez ele se desculpar, como se tivesse culpa. Mas o pior não foi isso, o pior foi me sentir fracassada, porque por mais que eu tentasse não pensar nele, eu não conseguia. Saber que ele estava ali, tornava tudo ainda mais difícil. Inevitavelmente eu não conseguia me controlar, e entrava em seu perfil pra ver as coisas que ele postava praticamente toda hora.
IIIIIRRRUUUUUU! É CAMPO GRANDE EM LONDRES UK kkkkkkk nooooooozs @nuxx_ @duduborgesvip @fabio_fakri @acheilondres1
Se existia um jeito de esquecer uma pessoa rápido, e não ficar boba apaixonada ao ver ele sorrindo em uma foto, eu precisava descobrir. Urgente!
"A felicidade pode ser encontrada mesmo nas horas mais difíceis, se você lembrar de acender a luz."
Alvo Dumbledore
Talvez, se ele fosse mais feio, seria mais fácil...
Felizmente fiquei sabendo que ele já tinha voltado pro Brasil, só que na verdade não sei se estava tão feliz assim. Queria ter esbarrado com ele de novo, confesso. Mas Deus sabe o que faz, e foi melhor assim.
Estava deitada na minha cama quando ouvi batidas na porta. Levantei com preguiça, me perguntando quem poderia ser aquela hora. Fiz um coque no cabelo e abri a porta, me deparando com Douglas, segurando uma caixa com pizza na mão.
-Meia chocolate e meia calabresa - falou já entrando no meu quarto e eu ri.
-Tava com vontade de comer pizza mesmo, que bom que adivinhou - fechei a porta e comecei a tirar os livros de cima da estante, pra ele colocar a pizza em cima.
-Você não tá com a carinha feliz, o que foi? Hoje é dia de comemorar, o cantor finalmente voltou pro Brasil. - falou colocando a pizza na estante e abriu a caixa.
-Não fala assim, sabe que é difícil pra mim..
-Ai Mari, você tem que esquecer esse cara - pegou uma fatia da pizza de chocolate e trouxe até minha boca - Olha eu aqui, todo fofo pra você - disse depois que eu mordi um pedaço. Revirei os olhos e peguei uma fatia pra mim - Sei que é difícil pra você Ma, quero te ajudar. Sem brincadeira - sentou na minha cama e eu assenti.
-Eu sei, - sorri pra ele, voltando a comer.
Depois de estarmos satisfeitos, eu fechei a caixa e fui lavar minha mãos, Douglas fez a mesma coisa e depois se deitou na minha cama. Peguei o braço dele e levantei, me encaixando em seu corpo, quase que de conchinha.
-Vai passar não vai?
-Claro que vai minha linda. Sempre passa. - beijou minha cabeça.
Luan Rafael
Cheguei no Brasil exausto, e já tinha show no dia seguinte. Sequer pude ir pra casa. Encontrei com meu segurança ainda no aeroporto e ele me levou para o hotel, aonde me encontrei com o Rober. Pra minha surpresa ele veio na minha direção e me estendeu a mão pra que eu apertasse.
-Tudo bom, cara? Como foi lá? - ele perguntou e eu sorri, ao ver que nossa relação não estava tão feia como antes.
-Foi massa, a galera teve boas ideias - sorri, omitindo o fato de ter encontrado a Mari, acho que ela também não comentou nada.
-Que bom, então agora é só terminar tudo e mandar ver?
-Exatamente - sorri pra ele. - Já ta tudo certo com meu quarto?
-Ah claro, vamos lá? - foi andando na frente e eu fui atrás.
Ele apertou o botão do elevador e ficou mexendo no celular. Curioso eu olhei o que ele fazia.
-É a Mariele? - perguntei.
-É sim, daquelas fotos que fiz dela a muito tempo atrás. - virou o celular pra me mostrar e eu suspirei. Ela estava tão linda quanto nas outras.
- Olha o anel - ri ao notar que ela usava o anel de coco. - Ficou muito boa, igual as outras!
-Ela é linda, ajuda muito - disse sorrindo e entrou no elevador antes de mim.
-Você ainda gosta dela?
-Não, passou. - deu de ombros - Passa né cara?! Ela vai superar também - disse apertando o botão do andar que eu estava e eu apenas concordei com o que ele tinha dito, completamente sem graça.
Descemos do elevador e o meu quarto, era bem perto dele. Rober colocou o cartão na porta e em seguida a abriu.
-Well vai subir com suas coisas. O Heman disse que quer malhar amanhã depois do almoço.
-Tudo bem. - disse pegando o cartão e colocando no interruptor para que a luz se acendesse - Valeu - sorri sem jeito outra vez e ele se virou pra sair dali - Rober - o chamei e ele se virou, me encarando sem entender - Sei que a nossa amizade nunca mais vai ser a mesma, mas... me desculpa cara. Sabe que e gosto muito de você! Você além de trabalhar pra mim é um grande amigo e já me ajudou muito na vida, nunca quis te magoar.
-Tudo bem cara, pode ficar tranquilo. Tudo passa! - ele riu vindo em minha direção e estendeu a mão. Segurei sorrindo e quando menos esperei, ele me puxou pra um abraço - Independente de tudo, torço por você, pelo seu sucesso. Você sabe disso. - me soltou e eu sorri emocionado.
As vezes fazemos coisas na vida que se pudéssemos pensar direito, seria diferente. Foi assim com o Rober, foi assim com a Mari, e eu nem sei como fui capaz de mentir e trair a confiança de pessoas que de fato, não mereciam passar por aquilo. Mas por que fiz isso? Talvez porque todos erramos? Lógico que não. Isso é apenas uma desculpa para fugir do que realmente aconteceu e tentar de maneira equivocada amenizar as coisas. Muitas vezes fazemos algo por impulso, sem pensar, o que acaba nos trazendo consequências graves, horríveis. E você tem que correr atrás daquilo que foi perdido. Talvez seja coisa do destino, ou não. Às vezes arranjamos desculpas fúteis e esdrúxulas para argumentar e tentar reparar nossos erros e isso não é bom. Nada se repara com desculpas ou pedidos de perdão. Algumas feridas ficam abertas, e precisam mais do que um simples pedido para cicatrizarem. Na maioria das vezes, o que mais funciona, são atitudes, gestos, mudanças. Não que qualquer mudança, no seu modo de ser ou de agir, ofusque o seu erro. Pelo contrário. Se você está disposto a mudar, para ser alguém melhor, mude. E era isso que eu queria, não só mudar, como colocar tudo em ordem.
Notas da Autora:
Teve recaídaaaa, porque a escritora de vocês, ama recaídas rsrs Mas agora vamos começar a inverter as coisas, e vocês podem perceber isso na atitude dos dois. Mari ainda é frágil, e vai ser por um tempo, mas Luan está cada vez mais arrependido..O que isso vai influenciar mais tarde? Teremos mais reencontros? Recaídas? Veremos! O texto do final do capítulo eu peguei de um blog que chama Egocentrismo Constante, achei que se encaixava bem pro que eu queria que o Luan sentisse.. Espero que entendam o que eu quero passar e não me matem antes do tempo rs. Antes do tempo? Por quê? Está planejando algo Giovanna? Talvez...
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